Especialistas, Saúde
O Sarampo, aquela doença que voltou ….
22 Maio 2017
Até há pouco tempo, quando os pais me confrontavam na urgência com a possibilidade de um diagnóstico de sarampo, eu respondia de forma vaidosa: “Não há sarampo em Portugal”. E não havia… Estudei o sarampo na Faculdade de Medicina, como aquela doença altamente contagiosa que tinha dizimado crianças antes de existência da vacina. Os pais e avós lembram-se de isolar os filhos em quartos com luz vermelha… Eu nunca vi nenhuma criança com sarampo nos meus 10 anos de Pediatria. Não existia, sobretudo devido à imensa adesão à vacinação em Portugal, um exemplo na Europa, do qual todos nos devemos orgulhar.
Quando, em 2014, se atingiu o maior número de casos nos EUA e, apareceram depois, bolsas de sarampo em países da Europa, como a Alemanha ou Itália, a preocupação cresceu. Os não vacinados, por opção ou por impossibilidade (crianças com menos de 1 ano, grávidas, crianças com sistema imunitário deficiente ou em tratamento de cancro) estavam desprotegidos e seriam alvos da doença, potencialmente da forma mais grave. E, com a globalização, era uma questão de tempo até a doença cá chegar. E chegou…
Felizmente, como mais de 95% das crianças portuguesas estão vacinadas, e a população mais velha teve a doença, o sarampo não encontrou terreno para avançar de forma descontrolada. Desde o início do ano temos 28 casos confirmados (DGS, 9 de Maio de 2017).
O que deve saber sobre o Sarampo?
Sintomas – febre, manchas no corpo e tosse/ rinorreia/ conjuntivite
Período de incubação da doença – 1 a 3 semanas
Período de contágio – 4 dias antes e 4 dias após as manchas apareceram
Forma de transmissão da doença – via aérea
Tratamento – não existe
Prevenção – vacinação aos 12 meses e aos 5 anos (duas doses).
Não se esqueça: a vacinação é a melhor forma de prevenir as doenças. Proteja os seus e os meus também.
Mónica Cró Braz
Pediatra, CUF Descobertas Hospital
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