Saúde
CONVULSÃO FEBRIL – como proceder?
18 Março 2018
A convulsão é um acontecimento assustador para quem já o viveu. No entanto, a grande maioria das convulsões que ocorre em crianças, sobretudo entre os 6 meses e os 6 anos e com um pico por volta dos 18 meses, é uma situação benigna chamada convulsão febril.
Geralmente, mãe, pai, irmãos ou outros familiares diretos tiveram convulsões febris na infância. Ocorrem frequentemente nas primeiras 24 horas de febre, e muitas vezes, no primeiro pico febril. Muitas vezes os pais nem sabem que a criança tem febre e é o “disparar” rápido da temperatura corporal que provoca esse “curto circuito” cerebral que dá estas descargas eléctricas. A criança fixa o olhar, revira os olhos, fica dura, espuma da boca, muitas vezes treme de forma rítmica os braços e as pernas e finalmente adormece.
Como proceder perante uma primeira convulsão? Chamar ajuda… e enquanto a ajuda não chega:
1-Olhar para o relógio e contar o tempo… às vezes o que a nós nos parece uma eternidade, durou “apenas” um minuto e é importante tentar contabilizar o tempo que dura um evento destes;
2-Não colocar nada na boca da criança (os nossos dedos correm o risco de ficar seriamente magoados pela contração dos músculos da boca);
3-Afastar as crianças de objectos que a possam magoar (ex. móveis) e colocá-las de lado;
4-Observar os movimentos que a criança faz;
5-Medir a febre e dar paracetamol ou ibuprofeno supositório.
Estas crianças devem sempre ser observadas no serviço de urgência e geralmente permanecem umas horas em vigilância, ficando a necessidade de pedir exames ao critério do médico.
Esta situação é diferente de convulsões com febre numa criança epilética ou ainda de convulsões no contexto de uma doença grave como a meningite. Essa diferenciação é clinica e deve ser feita sempre por profissionais de saúde. Certas crianças ainda chegam em convulsão ao hospital e pode ser preciso dar medicamentos para interrompe-la. Em alguns casos, há um supositório anti-convulsivante SOS que pode ser usado em crianças com convulsões febris recorrentes.
Mónica Braz
Pediatra, Hospital CUF Descobertas
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