Família, Maternidade
Missão: dormir
23 Janeiro 2016
Outro dia ouvia um pai “com 15 dias” desabafar:
“Eu não vou aguentar dormir tão pouco. Não imaginei que isto fosse assim!”
Caro recém pai, temos boas e más notícias para si.
Comecemos pelas boas:
Vai aguentar!
Isso e muito mais.
Que como me lembra a minha mãe algumas vezes: 1 ano e meio e 3 anos é para meninos. Os grandes desafios e as grandes preocupações ainda estão para vir!
E agora vamos lá às menos boas:
Por muito bem que um bebé durma – nos primeiros tempos de vida e por aí fora -, as noites já mais serão iguais a “em antes”.
Aliás, nem as noites, nem os dias. A vida muda (para melhor, garanto!!!), que mais não seja porque passamos a estar – acordados ou não – em permanente estado de alerta.
Ah… E nada é linear. Porque eles são humanos. (grande chatice!!! 😉 )
Mas vamos ao que interessa: como é que podemos ser uma influência positiva nesta coisa boa que é dormir?
[atenção que não tenho receitas. Para nada (a não ser um bolo ou outro, vá…). Tenho sim a minha história para partilhar. E muita vontade de com ela vos ajudar, vos inspirar… qualquer coisa. Em bom!]
Posso dizer que fomos uns pais de primeira viagem muito afortunados.
A Matilde, hoje com 3 anos (e uns pozinhos!), ao fim de 3 dias fazia pelo menos 4h de intervalo entre refeições (de dia e de noite) e umas belas sonecas pelo meio. Ao fim de 1 mês dormia 6h e, aos 3 meses, raras eram as noites com menos de 8h seguidas.
Sorte? Claro que sim. Também!
Mas como em tudo ao que aos nossos filhotes diz respeito, muito amor e a maior tranquilidade são factores-chave. Se nos sentirem calmos, mais minuto menos minuto, eles acalmam.
Mas vai de criar “um problema”.
Adoro tê-las no meu colo. Ainda hoje. Então amava adormecer a Matilde ao meu colo, num miminho muito nosso. E ela adormecia. Num instante.
O problema foi quando “não dava jeito” ou “não podia”. Acham que a pousava na cama e ela ficava? Pois claro que não.
Ainda andámos ali uns tempos sem saber muito bem como resolver a questão. Numa “dança” tentativa-erro que parecia não ter fim.
Até que a avó Jusse nos apareceu com o livro do, tão controverso, “método Estivil”.
Mas aplicámo-lo. Com o nosso devido bom senso e instinto. E resultou. 3 noites depois.
Mas sabem o que resultou mesmo? Não cometermos o mesmo “erro” à segunda. Com a Marta.
Desde os 5 meses, nas experiências da troca do berço no nosso quarto para a cama de grades no quarto dela, que nunca (tirando as devidas excepções de doenças e dentes malvados, que eles não são bonecos de “on e off”) a adormecemos ao colo.
Antes de a deitar, dava-lhe miminhos mil. Já deitada enchia-a de beijinhos. Nos primeiros dias ficava por ali. A arrumar coisas. A cirandar. Para me sentir por perto e serenar. E depois passei a sair do quarto, mas a fazer-me ouvir e sentir na mesma. Até que uma semana depois, saí simplesmente. E a deixei no conforto silencioso do seu quarto. E ela gostou.
E desde então que todos dias, seja em sestas seja à noite, encho a Marta de miminhos mil, a deito e ela acorda no outro dia. Feliz e bem disposta.
Mas se a Matilde nos ajudou a não cometer tantos erros com a Marta, aquilo que nós não imaginávamos era o que o padrão de sono dela pudesse mudar tanto com o nascimento da irmã.
A Marta nasceu ia a Matilde fazer 21 meses. Uma bebé também. Grande, mas uma bebé.
De tudo fizemos, claro está, para que não sentisse negativamente a chegada da irmã.
E se podemos dizer que as birras “oh pra mim aqui” foram diminuindo, a entrada no infantário (3 meses depois) foi do género “melhor impossível” e o desfralde diurno (5 meses depois) 5 estrelas… A verdade é que ela nunca mais voltou a dormir como dormia.
Primeiro foram as visitas à nossa cama (logo nos primeiros dias de vida da Marta, que a pediatra aconselhou a não contrariar). Depois o assumir que aquele também era o quarto e a cama dela (pois está claro, se a irmã bebé lá podia dormir, porque raio não podia ela também?). Depois a missão hercúlea de lhe explicar que ela tinha um quarto e uma cama e era lá que tinha que dormir. Depois a necessidade de ficar ali com ela até que adormecesse (às vezes demorava horas!), depois a necessidade de a recambiar a meio da noite, o número de vezes que fosse, para a cama dela depois das incursões ao nosso quarto… Ufaaaaaa!!!
Quase quase a marcar uma consulta com uma especialista do sono, num dia de inspiração (e/ou de sorte!), lembrei-me de lhe contar que o quarto dela era super especial, aliás único cá em casa, porque só nele apareciam de noite as fadinhas dos sonhos cor de rosa. E coincidência ou não, começou a adormecer mais rápido e deixar de aparecer no nosso quarto.
Agora, uns meses depois…
estamos na fase “coelhinho Rogério-dependentes”.
Eu explico: o Outono e o Inverno são tramados. Toda a gente sabe que com tosse e nariz entupido ninguém dorme bem. Então, de mansinho, parecia que tudo estava a voltar ao (a)normal.
Mais tempo para adormecer. Necessidade de nos ter ali para adormecer. Visitas noturnas à nossa cama… Enfim, tudo o que não queríamos.
Até que num destes dias, já nem me lembro bem onde, dei de caras com um artigo sobre “O coelho que queria dormir”.
Um livro escrito por um psicólogo sueco, dado como infalível na arte de ajudar crianças a adormecer.
Porque não?
Comprei-o.
Li as instruções (sim tem “manual de instruções” para o leitor – aka pai desesperado) e decidi pôr em prática.
Tirando a primeira noite – qual sorte de principiante, com a Matilde a adormecer ao fim da 7ª página! – posso dizer que estou rendida. E às vezes adormecida, porque comigo também resulta 😉
A maioria das vezes a Matilde adormece antes do meio da história, outras a meio, outras no final. E mesmo nas raras vezes em que não adormece de todo, fica zen o suficiente para ficar sozinha no quarto “a dar as últimas”, sem se levantar para nos procurar.
Alguém também já experimentou? Que tal?
Hummmmm… bons sonhos! 😉
[Não podia acabar um post sobre sono de bebés e crianças, sem falar naquela fase em que até já dormem bem, mas a “porcaria” da chupeta – caso usem – parece que não faz outra coisa se não perder-se na cama.
Ora bem… Inicialmente, muito pequeninos, não podemos exigir que a procurem, por isso (connosco resultou muito bem!) experimentem apoiar-lhes a chupeta já na boca com uma fralda de pano enrolada para que mesmo que caia fique ali “à boca de semear” e não acordem. Eles e vocês 😉
Mais tardiamente, em mais um daqueles super conselhos de pediatra que dão um resultadão, passámos a colocar várias chupetas espalhadas na cama. Assim, quando perdiam uma, lá haviam de encontrar outra. Sem choradeiras.
Mais algumas dicas para a troca?]
Inês Neves – mãe das M&M
Comentários
Marta Ferreira Barardo 9 anos atrás
Adorooooooooooooooo!!!!!!!!